Você já se pegou pensando que está “indo bem demais” na vida cristã? Aqueles momentos em que, depois de tanto esforço e oração, você finalmente vê frutos do Espírito aparecendo na sua vida – paciência, domínio próprio, pureza… Parece que, finalmente, está dando certo. É nesse ponto que precisamos acender um alerta: o orgulho espiritual pode estar batendo à porta.

A Palavra nos diz em Romanos 6:18: “E, libertados do pecado, fostes feitos servos da justiça.” Isso é maravilhoso! Fomos realmente libertos, e agora servimos a uma nova realidade: a justiça de Deus. Mas aqui está o perigo – o inimigo sabe muito bem como transformar algo bom em armadilha. Ele tentará convencer você de que foi por sua própria força que venceu o pecado. De forma sutil, começa a sussurrar: “Olha só como você é forte… como você é espiritual… como você é melhor do que os outros.”

E aí está a tentação do orgulho. Ela nos seduz com elogios internos e nos afasta da cruz. É como se disséssemos, ainda que sem palavras: “A graça me trouxe até aqui, mas agora eu consigo sozinho.”

Mas, será mesmo?

Todo cristão em processo de santificação precisa entender algo essencial: a vitória sobre o pecado não é nossa conquista, é resultado direto da obra consumada da cruz. Não somos autossuficientes; somos dependentes. Não somos melhores do que ninguém; somos alvos da graça, como todos os outros.

O apóstolo Paulo alertou em diversas cartas sobre o perigo de “gloriar-se na carne”. Isso nada mais é do que colocar confiança em si mesmo, em vez de confiar exclusivamente no que Cristo fez por nós. Os fariseus são um exemplo clássico desse erro: cumpridores da Lei, mas vazios da graça. Julgavam, apontavam, se achavam superiores… e por isso, não reconheciam o Salvador bem diante deles.

Se você, como eu, está aprendendo a andar na vitória da cruz, não se esqueça: o orgulho sempre antecede a queda. Precisamos resistir a essa tentação, mantendo os olhos fixos em Jesus e lembrando, dia após dia, que nossa força está nele, e não em nós.

A graça não apenas nos salva – ela nos sustenta.

Você não está sozinho nessa jornada. Continue firme na dependência da graça, e não se esqueça: se hoje você está de pé, é porque alguém – Jesus – te segurou com mãos furadas por amor.

Vamos juntos, sem orgulho, com humildade e gratidão.


Eduardo Gonçalves Junior

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